Até vocês ?

A onda de corrupção que atinge todas as esferas do Governo acabou chegando à bancada evangélica no Congresso Nacional. Segundo levantamento preliminar da CPI das Sanguessugas, que investiga fraudes na compra de ambulâncias em todo o país, a presença de parlamentares (deputados e senadores) evangélicos entre os envolvidos, é maciça. Os dados apontam que a participação de políticos crentes supera a casa dos 50%, ou seja, mais da metade utilizou como argumento, na última campanha, a de representar a bandeira de Cristo em Brasília. A comprovação desse esquema, pode por fim a um conceito, que há muito tempo tem sido colocado em cheque: a de que crente deve votar em crente.
Depois desse banho de água fria, muitos irmãos devem se perguntar: como acreditar, daqui para frente, em um candidato que se diz usado por Deus para ocupar uma cadeira de cargo político? Que estará lá representando Cristo e disposto a fazer a diferença num ambiente onde a corrupção e a bandalheira se fazem presentes? No entanto, a própria palavra de Deus nos mostra a resposta: “Maldito do homem que confia no próprio homem”. (Jr 17:5)
Não vale mais a pena votar em quem realmente tem condições de trabalhar ao invés em quem se diz ter um chamado de Deus? Até que ponto religião e política devem caminhar juntos? Será que a igreja evangélica não ajudaria muito mais o país sendo apenas igreja evangélica?
Agora, que as eleições devem começar a esquentar, faltando menos de um mês para tudo se definir, os evangélicos, como sendo o grupo religioso que mais cresce no Brasil, devem tomar cuidados redobrados na escolha dos representantes. Pois, a decisão errada deve ajudar a piorar a situação em que o país se encontra. Antes de fazer a escolha, analise, informe-se, seja exigente. O ideal seria que todo pretendente a ocupar cargo público, por meio de eleição, passasse por uma minuciosa avaliação, antes de ter a inscrição aceita pela Justiça Eleitoral. No teste, deveria ser analisado o nível de educacional; antecedentes criminais; validade das idéias e plano de governo; além de verificar se consta no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), tudo deveria ser revirado. Qualquer sinal de desvio de conduta ou alguma atitude suspeita, o pretende seria sumariamente excluído. No entanto, como não temos outra escolha, além de participar desse momento de ‘civilidade’, orar já ajuda muito.